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Se eu pudesse escrever esta página como a vivi, seria feita de silêncios e palavras não ditas. Agora sou das palavras, sinto limites, toco-as de olhos fechados há algo que não me deixa acreditar em mim! Hoje os meus lábios escutam, tenho sentidos completamente desorientados e uma inquietação sem nome. Acabei de viver um sonho demasiado real ou uma realidade demasiado sonhada. Não sei nada agora nem o meu subconsciente me pode decifrar.

Hoje em uma folha de papel sinto a pequena, demasiado pequena para falar de ti! As palavras não respondem, perdi a cumplicidade que me prendiam a elas, dei-me e tornei me cúmplice do teu silencio. Onde tudo e nada, onde nada faz sentido, onde eu sou nada, onde eu e tu não somos nada. Não sei se fui para o outro lado do mundo ou se retrocedi na minha história e estou a repetir tudo pela segunda vez. A verdade e que realmente não estiveste aqui, aqui não e lugar de nos. Não e o nosso tempo, o tempo em que tudo passa e tudo parece tão irreal. Ainda não percebi porque foste sem te despedir, sabendo que nunca mais voltas.

Hoje percebi que o tempo toma a duração que lhe queremos dar e eu sei que naquele instante o meu tempo parou e ainda se encontra parado, sei que te pertenci um pouco e que cada palavra foi um pouco mais de silêncio. Hoje não tenho palavras, não tenho sentimentos, não tenho vida. Hoje podia voltar atrás no tempo e viver-te de novo. Hoje sou a emoção que se solta num arrepio. HOJE, SO HOJE!